Uma nova proposta de defesa comunitária

 

Da esquerda para a direita: Francisco Lima, Frank Barroso e Luiz Ferreira

Publicada originalmente no Jornal de Brasília em 4/02/1984

Unificar e agregar todas as entidades e grupos que atuam em favor da causa popular e seus direitos de agir em defesa da comunidade é o que pretende o recém-criado Conselho Regional do Movimento Popular do Gama, coordenado pelos moradores Francisco Barroso Filho, Luís Ferreira e Francisco de Souza Lima. A nova entidade pretende unir todas as associações da satélite e diferentes grupos que atuam no Gama, de modo a tornar-se representativa para exercer uma participação mais atuante na Administração Regional. 

Segundo Luís Ferreira, o Conselho surgiu para suprir a deficiência das associações que atuam no Gama: «Elas ainda estão só no papel, não estão agindo em defesa da comunidade. Pensamos em criar um órgão que viesse de encontro com as necessidades dos moradores». 

Outro coordenador, Francisco Barroso Filho, destacou a ambição de realizar uma análise crítica das obras feitas no Gama: «A administração realiza obras sem atender o grande interesse da comunidade. A ciclovia é um exemplo. Primeiro devem ser atendidas as prioridades, como saneamento básico, urbanização, saúde e segurança». 

A atuação do conselho será baseada em levantamentos de dados técnicos e consultas aos moradores. «Vamos exigir a participação nas decisões e teremos representatividade. Os membros da diretoria serão eleitos por voto popular», explicou Barroso, acrescentando que a iniciativa «vai sacudir a cidade»*. 

Cultura e participação popular 

Atenção especial será voltada para a área cultural. Barroso criticou a situação atual: *«A cultura está a zero no Gama. A situação na satélite é uma vergonha. A cidade está parada»*. Entre os planos está a mobilização do setor e a busca por sedes para as associações. 

Artigos Relacionados

Francisco de Souza Lima, outro coordenador, enfatizou a importância da participação comunitária: *«O ponto de partida para os trabalhos é a comunidade. Ela tem que participar e ditar suas prioridades. O Gama está esquecido. Precisamos dar sugestões para crescer a receita e apresentar projetos de desenvolvimento»*. 

Próximos passos 

O conselho também terá como atribuição a realização de pesquisas para ações concretas, como defender alternativas comunitárias para o desenvolvimento da cidade e representar a população perante os poderes constituídos. 

Neste domingo (5/2), será realizada uma reunião com representantes de associações e entidades do Gama para definir os estatutos do Conselho Regional do Movimento Popular. Os moradores estão com planos definidos para ativar o conselho.

Texto transcrito conforme original publicado no Jornal de Brasília, edição de 4 de fevereiro de 1984.



0 Comentários