Perna de esquerda de Frank Barroso após cirurgia para limpeza da infecção |
Hospitais-escola são pilares na
formação de profissionais de saúde, mas quando a ética e o respeito à vida
humana são negligenciados, as consequências são devastadoras. No Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), relatos alarmantes
revelam uma realidade de negligência, desrespeito e erros médicos que têm
mutilado e ceifado vidas, especialmente de pacientes vulneráveis.
A
Medicina ou o mercado?
Uma crítica frequente ao
Hospital das Clínicas da UFU é a aparente priorização do aprendizado técnico e
da futura carreira lucrativa por parte dos médicos residentes em detrimento do
bem-estar dos pacientes. Esses profissionais, que deveriam atuar sob supervisão
rigorosa e ética, frequentemente tratam pacientes como "cobaias". Há
relatos de procedimentos cirúrgicos complexos realizados sem o devido preparo,
resultando em danos irreversíveis. Pacientes humildes, sem influência ou
proteção, são as principais vítimas desse sistema falho.
Um
caso emblemático de descaso: a mutilação de Frank Barroso
Em 4 de maio de 2025, Frank
Barroso, com uma grave fratura no platô tibial, foi levado ao Pronto-Socorro do
Hospital das Clínicas após diagnóstico na UAI Tibery. Inicialmente informado da
ausência de vagas, sua condição despertou o interesse de um residente com
pesquisa na área de joelho. O que se seguiu foi uma sucessão de decisões que
culminaram em mutilação, infecção e sofrimento prolongado.
Após uma primeira cirurgia,
realizada em condições que lembram um "leilão de pacientes" para fins
acadêmicos, Frank foi submetido a um fixador externo desnecessário,
permanecendo 12 dias no corredor do hospital, em condições precárias de higiene
e com sinais de infecção. Uma segunda cirurgia, realizada diante de uma plateia
de 20 alunos, resultou em graves erros, incluindo a fragmentação do osso do
joelho e o uso inadequado de enxertos retirados do quadril. A alta sem
antibióticos agravou a infecção.
Um
ciclo de negligência e sofrimento
Mesmo com sinais claros de
infecção, Frank foi ignorado por profissionais em diversas unidades. A demora
no diagnóstico e tratamento adequado levou à osteomielite crônica e internação
prolongada para tratamento com antibióticos intravenosos. Protocolos
inadequados e mudanças abruptas no tratamento geraram complicações adicionais.
Até hoje, Frank sofre com a infecção, que avança, e agora enfrenta a
possibilidade de amputação para salvar sua vida, com o risco de a infecção ter
se espalhado para outras partes do corpo. O tratamento com antibióticos só será
realizado após a amputação.
O impacto das cirurgias mal
realizadas foi devastador: perda de mobilidade, artrose degenerativa, dores
constantes e a necessidade de novos procedimentos para corrigir os erros.
Pedidos de revisão cirúrgica foram ignorados, deixando Frank em desespero.
Privilégio
e acesso desigual
Uma questão perturbadora é a
desigualdade de tratamento no Hospital das Clínicas. Pacientes sem conexões com
funcionários ou médicos enfrentam maiores dificuldades para acessar cuidados de
qualidade, perpetuando um ciclo de exclusão.
Erros
sistêmicos no ensino e na prática médica
A
Luta por justiça e mudança
Relatos como o de Frank Barroso
destacam a urgência de mudanças estruturais e culturais no Hospital das
Clínicas da UFU. Medidas rigorosas para supervisionar o trabalho dos
residentes, a implementação de protocolos baseados em evidências e a criação de
mecanismos eficazes de denúncia e investigação são cruciais.
É crucial que as autoridades de
saúde e o Ministério Público investiguem as práticas do hospital e
responsabilizem os envolvidos. O direito à vida e à saúde é constitucional, e
nenhum paciente deve ser tratado como objeto de experimentação.
O caso do Hospital das Clínicas
da UFU ilustra como a falta de ética, supervisão e respeito transforma um
espaço de aprendizado em um cenário de dor. A formação de médicos não pode
ocorrer à custa da dignidade e da vida dos pacientes. A sociedade, as instituições
de ensino e as autoridades devem agir para garantir que hospitais-escola
cumpram sua missão com excelência e humanidade. Sem mudanças significativas,
histórias de mutilação e morte continuarão a se repetir.
- Derrame
articular moderado/volumoso com sinais de sinovite.
- Sequela
de fratura na extremidade proximal da tíbia com sinais de osteomielite
crônica (sequestros ósseos, espessamento da cortical óssea e reações
periosteais irregulares).
- Calcificações
vasculares discretas.
- Artropatia
degenerativa tricompartimental moderada (redução da interlinha articular,
osteófitos, esclerose subcondral e cistos subcorticais).
- Entesófitos
na inserção do tendão do quadríceps.
- Possíveis
erosões ósseas nos côndilos femorais.
- Diminuição
da densidade óssea.
- Edema
da tela subcutânea e espessamento cutâneo na face anteromedial do joelho,
indicando celulite infecciosa.
Este diagnóstico corrobora a
gravidade da situação de Frank e a necessidade urgente de intervenção.
Enterobacter cloacae é uma
bactéria de de natureza onipresente, presente em ambientes terrestres e
aquáticos. É um patógeno nosocomial bem conhecido que tende a contaminar vários
dispositivos médicos. Nosocomial é um termo que se refere a algo que é originário
ou ocorre em um hospital, principalmente em relação a doenças.
https://www.facebook.com/frank.barroso1/videos/28326812916967169
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