O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia
(HC-UFU), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
(Ebserh), enfrenta uma grave crise que tem gerado indignação entre pacientes,
familiares e profissionais da saúde. Relatos de precariedade, falta de
estrutura, má gestão e até denúncias de práticas que colocam vidas em risco têm
colocado o hospital como uma necessidade
de intervenção urgente por parte do Ministério Público Federal e da mobilidade
de toda socidade.
Pronto-Socorro desvirtuado e condições insalubres
Uma das principais críticas diz respeito ao desvirtuamento do
novo prédio, inaugurado pelo preside Lula em novembro de 2024, que deveria ser destinado ao Pronto-Socorro
(PS). Segundo denúncias, o local está sendo ocupado por enfermarias, o que
agrava a superlotação e a falta de atendimento adequado para casos de
emergência no antigo prédio onde funciona a urgência e emergência, que releva
vários pacientes a tratamento em situações precárias. Pacientes relatam que o
PS se tornou um ambiente caótico, com condições insalubres, incluindo a
presença de bactérias pergiosas, formigas e outros insetos que transmitir
doenças e provocam a morte de muitas pessoas, principalmentes que têm
comorbidades.
"O PS está contaminado. A estrutura é precária, e não
há condições de atender os pacientes com dignidade", relatou um familiar
de um paciente que preferiu não se identificar. A situação é ainda mais
preocupante diante da falta de ações efetivas para resolver os problemas
estruturais e sanitários.
Precarização e denúncias de favorecimento político
A precarização do HC-UFU tem sido um tema recorrente, com
críticas à gestão da Ebserh, acusada de ser ineficiente e desumana. Além disso,
há denúncias de que a prefeitura de Uberlândia estaria direcionando pacientes
com "padrinhos políticos" para o hospital municipal, enquanto os
demais são encaminhados para o HC-UFU. Nomes como o da deputada federal Ana
Paula Junqueira e do deputado estadual Arnaldo Silva, ambos ligados ao prefeito
Paulo Sérgio e Odelmo Leão, são citados como beneficiários desse suposto
esquema.
"Para quem tem apoio político, o atendimento é no
hospital municipal. Para os sem padrinhos, sobram as filas da “regulação” e a
precariedade do HC-UFU", desabafou um morador da cidade que vivenciou a
demora no atendimento.
Falhas na gestão e riscos à vida
A gestão do hospital também é alvo de duras críticas. Apesar
de o HC-UFU ser vinculado à Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o reitor
da instituição não tem poder de intervenção direta na administração do
hospital, o que gera um paradoxo. Enquanto isso, a Ebserh é acusada de
priorizar interesses pedagógicos em detrimento da qualidade do atendimento,
colocando em risco a vida dos pacientes.
"O processo pedagógico dos cursos de medicina e
enfermagem da UFU, em muitos casos, se transforma em tentativas de homicídio
doloso. Já vi coisas horríveis enquanto estava internado, inclusive
mutilações", relatou um ex-paciente, que preferiu manter o anonimato.
Profissionais da saúde também são criticados por
supostamente se omitirem diante dos problemas. "Muitos profissionais só
pensam no dinheiro e fecham os olhos para o que acontece aqui. É como se nada
de grave estivesse ocorrendo", denunciou outro paciente.
Repercussão e cobranças por soluções
A situação do HC-UFU tem gerado revolta na comunidade local
e chamado a atenção de entidades de defesa dos direitos dos pacientes, a
Associação dos Usuários do SUS. Movimentos sociais e organizações de saúde
cobram uma intervenção urgente do Ministério da Saúde, Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério
Público Federal para investigar as denúncias e reestruturar a gestão do
hospital.
Enquanto isso, a população de Uberlândia continua sofrendo com a falta de atendimento
digno e humanizado. "O HC-UFU deveria ser um exemplo de serviço público de
qualidade, mas hoje é um símbolo de descaso e negligência. Precisamos de
respostas e ações concretas antes que mais vidas sejam perdidas", afirmou
um representante de uma associação de pacientes.
A crise no HC-UFU é um retrato de um sistema de saúde que,
apesar de contar com profissionais dedicados e uma estrutura potencialmente
capaz, sofre com a má gestão e a falta de priorização das necessidades da
população. Enquanto as denúncias não forem devidamente investigadas e
resolvidas, o hospital continuará a ser palco de histórias de sofrimento e
descaso.
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