O capitalismo é um sistema econômico e social baseado na propriedade
privada dos meios de produção e na exploração da força de trabalho. Nesse
sistema, a riqueza é concentrada nas mãos de uma minoria de capitalistas, que
detêm o poder político e econômico, enquanto a maioria da população vive em
condições de pobreza, opressão e alienação.
O capitalismo é um sistema que gera desigualdade, injustiça
e violência. A desigualdade se manifesta na distribuição desproporcional da
renda, da riqueza, da educação, da saúde, da cultura, do lazer e de outros
direitos básicos entre as classes sociais. A injustiça se expressa na negação
da democracia, da participação popular, da liberdade de expressão, da autonomia
dos povos e das nações, da soberania nacional e da autodeterminação dos
oprimidos. A violência se revela na repressão, na guerra, na fome, na
destruição ambiental, na discriminação, no racismo, no machismo, na homofobia e
em outras formas de opressão.
O capitalismo é um sistema que impede o desenvolvimento
humano, social e ecológico. O desenvolvimento humano é obstaculizado pela
exploração do trabalho, pela alienação do produto do trabalho, pela
mercantilização da vida, pela perda do sentido do trabalho, pela desumanização
das relações sociais, pela falta de solidariedade, pela competição, pelo
individualismo e pelo consumismo. O desenvolvimento social é impedido pela
fragmentação da classe trabalhadora, pela divisão entre os explorados e os
oprimidos, pela cooptação dos movimentos sociais, pela despolitização da
sociedade, pela manipulação da mídia, pela corrupção, pelo clientelismo e pelo
populismo. O desenvolvimento ecológico é impedido pela lógica do lucro, pela
produção desenfreada, pelo desperdício, pela poluição, pelo esgotamento dos
recursos naturais, pela extinção das espécies, pelo aquecimento global e pela crise
climática.
O capitalismo é um sistema que precisa ser superado pela
luta dos trabalhadores e dos oprimidos. A luta dos trabalhadores e dos
oprimidos é a única forma de construir uma alternativa ao capitalismo, que seja
baseada na propriedade coletiva dos meios de produção, na democracia
participativa, na igualdade de direitos, na emancipação humana, na
solidariedade, na cooperação, no respeito à diversidade, na preservação da
natureza e na paz. Essa alternativa é o socialismo, que é a expressão histórica
dos interesses e das aspirações dos trabalhadores e dos oprimidos.
O socialismo é um projeto de sociedade que só pode ser
construído pela ação consciente e organizada dos trabalhadores e dos oprimidos,
que devem se unir em torno de um programa revolucionário, que aponte para a
ruptura com o capitalismo e para a construção de um poder popular, que seja
capaz de enfrentar as forças reacionárias, de defender as conquistas populares,
de aprofundar as transformações sociais e de avançar na direção do comunismo,
que é a sociedade sem classes, sem Estado e sem exploração.
Vamos terminar este artigo com o pensamento de Paulo Freire,
o pedagogo mais revolucionário do mundo: “Quem está melhor preparado do que os
oprimidos para compreender o terrível significado de uma sociedade opressora?
Quem sofre mais os efeitos da opressão do que os oprimidos? Quem pode
compreender melhor a necessidade da libertação? Eles não alcançarão esta
libertação por acaso, mas através da práxis da sua busca por ela, através do
reconhecimento da necessidade de lutar por ela”. (Paulo Freire, Pedagogia do
Oprimido).
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